A Grande Ilha de São Luís enfrentou uma das semanas mais violentas dos últimos anos, marcada por ataques coordenados ligados à disputa entre facções criminosas por território. Segundo o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Maurício Martins, a guerra entre os grupos tem provocado uma escalada de homicídios, tiroteios e assaltos em vários bairros da capital e municípios vizinhos. Desde o último domingo (19), sete pessoas morreram e mais de dez ficaram feridas em diferentes pontos da região metropolitana.
De acordo com balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-MA) na noite de sexta-feira (24), 35 suspeitos foram presos desde o início da semana, sendo 17 deles entre quinta e sexta-feira. As operações policiais resultaram ainda na apreensão de mais de 20 armas de fogo, drogas e na recuperação de veículos roubados. A Polícia Civil investiga a ligação dos detidos com os ataques, que vêm gerando medo e insegurança entre os moradores.
Os episódios de violência atingiram bairros como Cidade Operária, Cidade Olímpica, Tibiri, Liberdade, Vinhais, Vila Janaína e Jardim América este último cenário do ataque mais grave, que resultou na morte do jovem Eduardo Lemos Martins, de 19 anos, e deixou outras cinco pessoas feridas. As vítimas estavam em frente a um estabelecimento quando criminosos armados chegaram atirando de dentro de um carro. O caso provocou revolta na comunidade, que realizou protestos pedindo mais segurança e justiça.
Em resposta à população, representantes da Secretaria de Segurança, do Centro Tático Aéreo (CTA), e das polícias Civil e Militar se reuniram com familiares das vítimas e moradores da região. O governo prometeu reforçar o policiamento em horários e pontos estratégicos.
“A dor é minha, é da mãe do Eduardo. A gente só quer justiça”, disse uma moradora durante o encontro.
A sequência de ataques levou escolas e universidades públicas e particulares a suspenderem as aulas na quinta (23) e sexta-feira (24), com previsão de retorno na segunda (28), após o feriado do Dia do Servidor Público. Apesar dos boatos, o secretário Maurício Martins afirmou que não houve registros de ataques dentro ou nas proximidades das instituições de ensino.
Durante entrevista à TV Mirante, o secretário criticou a fragilidade da legislação brasileira no combate ao crime organizado, destacando que a soltura rápida de criminosos após prisões compromete o trabalho policial. “O sistema de segurança pública não vai se intimidar com nenhum tipo de desordem. A Polícia Militar está nas ruas, a Civil investiga e o Serviço de Inteligência atua de forma constante. Mas precisamos de leis mais firmes para enfrentar o poder das facções”, declarou Martins.



