Em meio à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reuniram para uma conversa crucial sobre o conflito com a Rússia. O encontro, que repete o de dois anos atrás, reforça a importância da diplomacia em um momento de escalada da guerra.
Zelensky tem usado a Assembleia como plataforma para fortalecer o apoio internacional à resistência ucraniana. A Ucrânia, que teve seu território invadido por tropas russas há três anos e meio, busca aliados para reverter a situação. Por sua vez, Lula, em seu discurso de abertura na terça-feira, defendeu uma “solução realista” por meio da negociação. Ele argumenta que uma solução militar não é viável para o conflito.
Essa posição, no entanto, levanta questões, já que Lula não especificou se a “solução realista” envolveria a Ucrânia cedendo territórios sob controle russo, algo a que Zelensky se opõe. O Brasil, apesar de condenar a invasão russa, tem evitado se alinhar a medidas unilaterais dos Estados Unidos e da União Europeia. Essa postura já foi alvo de críticas de Zelensky, que no passado cobrou uma posição mais incisiva do Brasil.
Trump muda de rumo e aposta na vitória da Ucrânia
O cenário diplomático internacional ganhou um novo elemento com a mudança de postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Após se reunir com Zelensky, Trump, que vinha sugerindo que a Ucrânia deveria ceder territórios, declarou que, com o apoio da União Europeia, a Ucrânia pode “lutar e conquistar toda a Ucrânia de volta à sua forma original”. Em uma postagem em rede social, ele chamou a Rússia de “tigre de papel”, sinalizando uma nova visão sobre o poderio militar russo e o futuro do conflito.
Essa mudança de posição, vinda de um dos líderes mais influentes do mundo, pode ter um impacto significativo nas negociações e no apoio militar à Ucrânia. Enquanto isso, a proposta de Lula de mediar a negociação entre Rússia e Ucrânia ainda não prosperou, deixando em aberto o papel do Brasil na busca pela paz.
