Após duas décadas de expedições científicas, pesquisadores chineses descreveram oficialmente uma nova espécie de bagre de grande porte: Bagarius protos, encontrada nos rios Nujiang (Salween) e Nanting, na província de Yunnan, sudoeste da China. O peixe, que pode ultrapassar 100 quilos, chama atenção pela cabeça larga, olhos pequenos e coloração amarelada nas barbatanas. A confirmação da espécie foi obtida por meio de análises genéticas e morfológicas, que distinguiram o protos de outros congêneres do mesmo gênero.
Embora já fosse conhecido entre as comunidades ribeirinhas, o Bagarius protos só agora foi reconhecido pela ciência. O holótipo exemplar de referência foi coletado em 2024 e serviu de base para a descrição publicada em 2025 em repositórios científicos internacionais. A espécie habita o leito principal de rios montanhosos, caracterizados por forte correnteza e águas claras, ambientes ainda pouco explorados pela pesquisa ictiológica.
A descoberta tem grande importância para a conservação da biodiversidade fluvial da região, considerada um dos ecossistemas mais ricos e sensíveis da Ásia. A degradação ambiental, a poluição agrícola e a construção de barragens ameaçam o habitat natural do Bagarius protos e de outras espécies endêmicas do Nujiang. O registro formal do novo bagre reforça a necessidade de políticas de manejo sustentável e de proteção de rios de grande valor ecológico.
Mais do que um marco taxonômico, o reconhecimento do Bagarius protos simboliza o encontro entre conhecimento tradicional e ciência moderna. O peixe gigante que por gerações povoou o imaginário dos pescadores locais agora ganha nome e reconhecimento científico, tornando-se um símbolo da urgência em preservar os rios asiáticos e sua impressionante fauna de água doce.

