O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a elevar as tensões com a China ao ameaçar impor tarifas de até 200% sobre produtos chineses. O motivo: a decisão de Pequim de restringir a exportação de ímãs de terras raras, insumos estratégicos para as indústrias tecnológica, energética e de defesa.
A medida marca uma nova fase na guerra comercial entre EUA e China, reacendendo o temor de rupturas nas cadeias globais de suprimentos e de uma escalada nas barreiras comerciais. Trump também afirmou que não vê mais necessidade de se reunir com o presidente Xi Jinping, o que reforça o clima de distanciamento diplomático entre as duas potências.
O que está em jogo
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos fundamentais para a fabricação de carros elétricos, celulares, turbinas e equipamentos militares.
A China domina mais de 90% da produção e do refino mundial, o que lhe confere enorme influência sobre o fornecimento global.
Com os novos controles de exportação, os Estados Unidos temem ficar vulneráveis a interrupções no abastecimento e estudam incentivos à mineração e ao refino doméstico desses materiais, numa tentativa de reduzir a dependência de Pequim.
Reações e impactos globais
O anúncio de Trump provocou quedas nas bolsas asiáticas e aumentou a preocupação com custos mais altos para produtos tecnológicos. Analistas alertam que a disputa pode desencadear novas rodadas de tarifas e retaliações, atingindo setores estratégicos como energia renovável, eletrônicos e defesa.
Especialistas destacam que, mais do que um conflito comercial, o embate reflete uma corrida geopolítica pelo controle de recursos essenciais ao futuro tecnológico e pode redefinir alianças e cadeias produtivas em todo o mundo.
Oportunidades para o Brasil
O Brasil, que possui grandes reservas de terras raras ainda pouco exploradas, surge como potencial alternativa à dependência global da China.
Contudo, para aproveitar essa janela de oportunidade, o país precisará investir em tecnologia, pesquisa e infraestrutura de refino, etapas ainda incipientes na cadeia produtiva nacional.
Com planejamento e políticas públicas adequadas, o Brasil poderia se posicionar estrategicamente nesse mercado e ganhar relevância em um dos setores mais críticos da economia global contemporânea.
A nova ofensiva de Trump deixa claro que a guerra comercial EUA – China está longe de um desfecho.
Mais do que tarifas, o conflito expressa a disputa pelo domínio de insumos que definirão o futuro da inovação e da segurança global e seus desdobramentos tendem a impactar toda a geopolítica econômica das próximas décadas.
